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A busca por novas tecnologias, em todos os seguimentos sociais, vem crescendo massivamente nos últimos tempos e, seguindo esse caminho, em meados de 2008, o mundo conheceu as criptomoedas, novo tipo de sistema econômico criado para revolucionar o mercado financeiro, denominado sistema econômico livre.
Criptomoedas nada mais são que um tipo de sistema financeiro alternativo no qual não há centralização das transações por instituições financeiras, privadas ou não, o que possibilita, a grosso modo, que pessoas de todo o mundo façam transações “bancárias” entre si sem a presença de um órgão regulador como o Banco Central, por exemplo, ou por qualquer outra instituição financeira, como explicado.
A segurança desse sistema consiste, basicamente, na realização de cálculos complexos entre os computadores que estão efetuando as transações financeiras, o que gerará a validação de forma criptografada dessas operações no sistema de criptomoedas.
O coração desse sistema é o chamado blockchain, literalmente traduzido como cadeia de dados, que consiste em uma rede de dados interligados de todas as transações efetuadas dentro do sistema de criptomoedas, que não permite que sejam deletadas ou fraudadas.
Sendo assim, toda operação realizada dentro do referido sistema ficará gravada na blockchain, de forma criptografada e para que as próximas operações sejam concluídas, será necessária uma validação dessa operação realizada anteriormente e assim por diante, o que resulta na prometida segurança do sistema.
Outro fator importante é o lastro das criptomoedas, ou seja, o valor real que a moeda terá no mercado. Diferentemente das moedas convencionais, emitidas pelos Bancos Centrais dos países, a valorização das criptomoedas se dá pela quantidade de oferta e compra destas, e não pela quantidade de bens que o país que emitiu a moeda possui.
Atualmente, a criptomoeda mais conhecida é a Bitcoin, tendo sido esta a primeira existente no mercado e o modo de adquiri-las ocorre através da compra de moedas mediante as corretoras de valores.
Com a chegada desse novo sistema, e visando acompanhar as tecnologias disponíveis no mercado, as instituições bancárias do Brasil juntamente com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) passarão a testar a viabilidade de adoção do sistema das criptomoedas no sentido de dar mais segurança e celeridade às operações de seus clientes, e em 2018 realizaram testes com protótipos desse sistema a fim de verificar sua eficácia.
A maior discussão destes testes foi realizada no Congresso de Tecnologia da Informação para Instituições Financeiras (CIAB) da Febraban que comentou diversas das experimentações já feitas por alguns bancos, destacando que experimentos com a tecnologia avançam entre as instituições financeiras no país, mas ainda enfrentam desafios.
Como exemplo, a CIAB citou as provas de conceito, ou seja, os chamados testes práticos, com a tecnologia de blockchain. Em um balanço realizado no congresso, foi considerado que, mesmo diante das dificuldades, algumas instituições já deram um passo a mais através de diversos processos que têm feito concomitantemente no tocante à nova tecnologia.
A ideia é que os bancos experimentem as tecnologias em várias frentes de atuação para testá-las em sua segurança e compará-las aos sistemas já amadurecidos que existem nas instituições. Por se tratar de algo tecnológico e prático, os gestores admitem ser um sistema mais fácil de compartilhar dados, além de serem mais econômicos.
Artigo por: Adriana Mota (Advogada - Monteiro Nascimento Advogados)